Dor
Escala analgésica da OMS
- A dor é uma das principais causas de busca por atendimento médico no mundo
- Com o objetivo de melhorar seu tratamento, em 1986 foi proposta a chamada escada analgésica da OMS, documento que contém diretrizes para o alívio e controle da dor, com impacto na redução do sintoma em 70 a 90% dos pacientes
- Para que a escada seja utilizada de forma correta, 5 principais regras devem ser seguidas para a correta prescrição de analgésicos:
- Pela boca: A administração oral deve ser escolhida sempre que possível
- Pelo relógio: Prescrições em intervalos regulares, respeitando-se a farmacologia
- Pela escada: Prescrições de acordo com a intensidade da dor, avaliada por uma escala
- Individualização: A dose deve ser adaptada a cada paciente, uma vez que não existe uma dose padronizada para controle da dor, pois ela apresenta respostas individuais, assim como o surgimento de efeitos indesejados
- Atenção aos detalhes: Os analgésicos devem ser prescritos com preocupação constante quanto aos detalhes, dando-se informações a respeito de como e quando administrá-los aos pacientes e seus familiares
- Deve-se estar atento a aspectos etiológicos, psicológicos e sociais, a fim de se empregar métodos não farmacológicos capazes de auxiliar no controle da dor
Escala de dor
- No 1º degrau, pacientes com dor leve (intensidades 1 a 3) devem ser tratados com analgésicos não opioides
- No 2º degrau, associado a dor moderada (intensidades 4 a 6), deve-se iniciar opioides fracos (codeína e tramadol), além dos medicamentos utilizados no degrau anterior
- No 3º degrau (intensidades 7 a 10) são utilizados os opioides fortes (morfina, metadona, oxicodona, fentanil, hidromorfona)
- Em todos os níveis, o uso de medicamentos adjuvantes, de acordo com as características da dor, deve ser realizado para obtenção de maior sucesso terapêutico
- Esse grupo inclui diversas classes de medicamentos, como esteroides, ansiolíticos, antidepressivos, anticonvulsivantes, antagonistas NMDA e bloqueadores de canal de sódio


Transdução periférica da dor
- Fisiopatologia da dor
- Estímulos químicos, mecânicos e térmicos agem em receptores específicos que, quando ativados, promovem influxo de sódio e cálcio
- Aumento do potencial de ação (despolarização) → Ativação de canais de sódio voltagem dependentes → Condução do potencial de ação

Neurotransmissão da dor
Corno dorsal da medula
- 1º neurônio libera:
- Glutamato (neurotransmissor excitatório), que age em:
- Receptores ionotrópicos (aumento da permeabilidade da membrana)
- AMPA-R → Influxo rápido de sódio → Despolarização rápida
- Aumenta a ação do glutamato no receptor NMDA-R → Entrada de sódio e cálcio
- Receptores metabotrópicos (ex.: mGluR) com 7 domínios transmembrana, ligados a proteína G
- Resposta modulatória lenta
- Neuropeptídeos (resposta modulatória lenta)
- CGRP (peptídeo relacionado ao gene da calcitonina)
- Age no receptor específico de CGRP
- Substância P
- Age no receptor de neurocinina 1 (NK1)

VIA AFERENTE DE DOR
- TRATO ESPINOTALÂMICO LATERAL (TETL)
- Informações carregadas: Temperatura e Dor (aguda em pontada)
- Cruzado na Medula (decussação na comissura branca)
- O 1º neurônio da via se localiza no gânglio sensitivo espinal, traz a informação dos receptores específicos e entra na medula espinal pelo corno posterior
- A sinapse com o 2º neurônio ocorre logo no corno posterior da medula espinal no nível da entrada
- Neurotransmissores da 1ª sinapse: Glutamato (via excitatória), Substância P
- O axônio do 2º neurônio cruza o plano mediano e ascende pelo funículo lateral (formando o trato espinotalâmico lateral)
- As fibras ascendentes fazem parte da formação do lemnisco espinal
- A sinapse com o 3º neurônio ocorre no núcleo ventral posterolateral do tálamo
- As fibras do 3º neurônio constituem a cápsula interna e levam as informações sensoriais de temperatura e dor para o giro pós-central, onde essas informações se tornam conscientes (integração da sensação dolorosa)

