disfagia

disfagia = sensação subjetiva de dificuldade em engolir → dificuldade de progressão do alimento, ou mesmo da saliva, no seu trajeto natural entre a boca e o estômago

doenças esofágicas podem cursar com odinofagia, que é a dor ao engolir, e com a sensação de algum tipo de bolo em região do pescoço (como se fossem alimentos retidos, comumente causado por alterações funcionais)

odinofagia = dor ao engolir (em geral, devido a uma lesão da mucosa esofágica → processo inflamatório)

sensação de "globus" = percepção da presença de corpo estranho ou de alguma forma de obstrução no nível da faringe, mas que não obstrui a passagem do alimento

<aside> ◽ a disfagia representa um sinal de alarme em diferentes patologias, principalmente em pacientes com dispepsia

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a prevalência da disfagia aumenta com a idade, chegando a 10% em pacientes com mais de 50 anos

<aside> ▫️ aumento da prevalência em idosos: problemas de mastigação por deficiência da arcada dentária ou por próteses inadequadas; diminuição do volume de saliva; denervação senil do esôfago; presença de afecções associadas que comprometem a atividade motora visceral como neuropatias, miopatias, diabetes, dentre outras; uso de medicamentos que potencialmente podem comprometer a atividade muscular dos órgãos envolvidos na deglutição (bloqueadores de canais de cálcio, nitratos)

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a disfagia pode originar ansiedade relacionada à alimentação, diminuição da autoestima e segurança pessoal, e até mesmo emagrecimento, desnutrição e aumento da morbimortalidade

Fisiologia da deglutição

Em um indivíduo normal, a deglutição dura de 5 a 10 segundos e depende de atividade bem coordenada de diversos músculos e nervos
A deglutição é formada pelas fases orofaríngea e esofágica

Fase orofaríngea

A fase orofaríngea pode ser subdividida em fase oral preparatória, fase oral propulsiva e fase faríngea
Fase oral preparatória: Formação do bolo alimentar
- Mistura do alimento com a saliva, mastigação e manipulação pela língua
- Vedamento labial (contenção do alimento na fase oral)
Fase oral propulsiva: A língua e a gravidade empurram o bolo para a orofaringe à medida que o esfíncter palatoglosso se abre (deslocamento da úvula para cima e da base da língua para baixo)
- Propulsão do bolo alimentar pela língua, levando o alimento para posterior
Fase faríngea: Começa quando o bolo alimentar passa pelos pilares amigdalianos e termina quando ele atinge o esôfago
- A fase faríngea não está sob controle voluntário
<aside> ◽ A laringe contrai-se e o palato eleva-se → Proteção das vias aéreas

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- A língua empurra o bolo para a faringe e a própria elevação da laringe cria uma pressão negativa pós-cricoide que suga o bolo alimentar para o esôfago
- A pressão exercida pelo bolo alimentar contra o esfíncter superior do esôfago leva a sua distensão e abertura
- Faringe e laringe formam o trato aerodigestivo (duplo papel)
  - Alterações na fase faríngea maximizam o risco de aspiração

Fase esofágica

Fase esofágica: O esfíncter superior do esôfago abre-se pelo relaxamento dos músculos cricofaríngeos e pela contração dos supra-hioideos
- Peristalse esofágica → Passagem pelo esfíncter inferior do esôfago
Com a passagem do bolo alimentar, o esfíncter superior se fecha e os músculos esofágicos circulares contraem-se sequencialmente

<aside> ◽ O esfíncter inferior do esôfago relaxa-se nas fases iniciais da deglutição e apenas fecha com a chegada do bolo alimentar ao estômago

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<aside> ▫️ Quando ocorre disfunção do sistema nervoso entérico (ex.: esofagopatia chagásica), perde-se a atividade coordenada e peristáltica do corpo esofágico (aperistalse esofágica) e ocorrem distúrbios do relaxamento do esfíncter inferior do esôfago (acalásia esfincteriana)

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